segunda-feira, 23 de abril de 2012

A carne é fraca!


  • Publicado em 22/04/2012

    Serviço pouco secreto


    Cartagena das Índias entrou no mapa mundi depois das, digamos assim, aventuras sexuais dos agentes do Serviço Secreto dos Estados Unidos, que foram à frente para preparar a participação do presidente do país, Barack Obama, na Cúpula das Américas, realizada este mês naquela cidade da Colômbia. Além do escândalo ter roubado a atenção sobre o que foi discutido no encontro, conforme se queixaram as autoridades colombianas, serviu para expor ao ridículo o país.
    No cenário doméstico, o escândalo foi combustível para os programas de sátiras políticas transmitidos nos canais americanos. Há até mesmo quem enxergou uma teoria de conspiração para desacreditar Obama ao enfatizar sua falta de liderança. O argumento é simplesmente ridículo. Como o presidente iria saber o que os agentes de seu Serviço Secreto aprontaram na Colômbia? Quem garante que este foi o primeiro episódio do qual esta turma participou? E isto ocorreu somente no governo Obama ou com outros presidentes também?
    Um dos acusados chegou mesmo a comentar ter secado Sarah Palin, então candidata a vice-presidente em 2008, e elogiado seus atributos físicos. Como se vê, o pessoal secretamente apreciava as mulheres, o que não é exatamente um crime, mas o que se espera destes agentes é discrição e profissionalismo, algo que parece estar faltando para esta turma.
    O duro foi constatar que este caso somente veio à tona depois de uma prostituta ter reclamado seu pagamento. Até deu para lembrar aquela piada na qual a prostituta diz ao juiz ter sido estuprada. Aí, o juiz pergunta a ela: “Quando você vítima do estuprada?”. Ela respondeu candidamente: “Quando o cheque voltou, meritíssimo”. Ou seja, nem mesmo negociar o fee das prestadoras de favores sexuais os incompetentes agentes secretos souberam fazer.
    Logicamente, as consequências já estão sendo sentidas com três dos envolvidos sendo demitidos ou envolvidos em processo de demissão. E o número dos acusados é de onze agentes, ou seja, um grupo bastante grande. E Mark Sullivan, diretor do departamento, está tendo de fazer malabarismo para defender a integridade do Serviço Secreto, afirmando que em todos os lugares há os bons e os maus profissionais.
    Uma análise mais superficial do caso poderia concluir que o problema envolveria apenas os agentes e suas esposas e namoradas, a quem deveriam dar satisfações por suas estrepolias sexuais. Mas, na verdade, o caso é muito mais sério. Eles são enviados com antecedência justamente com o objetivo de montar um esquema de segurança para o mandatário, como devem fazer também os outros governos.
    Sabedores desta fraqueza de comportamento destes agentes, os inimigos dos EUA e mesmo americanos que não gostam do presidente poderiam armar algum tipo de cilada para Obama, com base em informações recolhidas na alcova. Ou seja, poderiam usar os serviços das Mata Haris da era moderna. Mata Hari ficou famosa na I Guerra Mundial ao ser acusada de espionar, arrancando segredos militares de seus amantes durante as noites de sexo e sedução. Terminou sendo condenada por um tribunal francês em fevereiro de 1917 pelo crime de espionagem e fuzilada em outubro do mesmo ano, aos 41 anos de idade.
    Já no caso de nossas bravas prostitutas colombianas, que nasceram cem anos depois de Mata Hari, o futuro parece que será mais sorridente. Com certeza, serão convidadas para posar em revistas masculinas e, claro, aumentarão o cachê cobrado, por conta da fama repentina

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