sábado, 5 de janeiro de 2013

Blog Chuta que é macumba


17 dezembro 2012

 

Vencedor de demandas


Em 1910, o povo resolveu revolucionar o futebol e se emancipar do status quo. Diziam que o esporte não era coisa para pobre, operário e negros. Pois a  classe trabalhadora se juntou a pequenos comerciantes e migrantes e imigrantes recém chegados à capital paulista para concretizar um sonho: nascia o Sport Club Corinthians Paulista. Em seus primeiros anos, o Corinthians era relegado pela força dominante do ludopédico, e os golpes foram recorrentes para tentar afastá-lo das disputas mais importantes. Não adiantou. Podem ter fundado e refundado ligas e associações, mas o único filho legítimo da várzea lutou e reverteu as vilanias.

Nos anos 1940, quando o Estado Novo getulista se viu obrigado a tomar lado durante a II Guerra, um emergente golpista quis mostrar suas asas e tomar nosso patrimônio. O Corinthians, que já se fortalecera em 20 e 30, se consolidando como gigante no futebol brasileiro, foi ameaçado com uma intervenção do poder público. A corinthianada, sabida e calejada, fez manobras habilidosas e freou o ímpeto golpista daquela gente nojenta e safada que vive de penduricalhos. 

Dez anos se passaram e os resultados dessa tentativa frutrada de golpe se viram em campo: o Corinthians sofria e não dava a sua Torcida a alegria de um título. Começaram campanha ferrenha contra nossa imagem para, tolos, tentarem nos diminuir. Entrou em cena a Vila Maria Zélia e, de lá, surgiu o maior time que o futebol já viu. Ganhamos tudo, inclusive a tal "projeção internacional" que só viria a ser pauta 40 anos depois. Nunca a bola foi tão bem tratada como nos tempos da Santíssima Trindade, composta por Cláudio, Luizinho e Baltazar.

Tivemos, então, o jejum. E, apesar dos 23 anos sem conquistas, a Fiel revolucionou os paradigmas da arquibancada. Como massa em repouso, só fez crescer, estabelecendo uma referência que perdura até hoje como, segundo previu Menotti del Picchia no começo do século XX, "um fenômeno sociológico a ser estudado em profundidade". Surgiram os Gaviões. Fizeram a Invasão ao Rio de Janeiro. E veio 1977.

Ano sim, ano não, o Corinthians passou a ser campeão.Mais ainda, o clube disse a um Brasil sob ditadura militar que era preciso democracia. A Democracia Corinthiana, aquela que retomou os ideais inclusivos e participativos dos ancestrais de 1910. Ao invés de apoio, seus articuladores receberam pecha de baderneiros, bêbados e drogados. O tempo, porém, soube inteligentemente mostrar o que tudo aquilo significou.

Aí, os raivosos inventaram de falar que o Corinthians era um time regional, tratando pejorativamente o maior campeão do Paulistão, apesar dos 23 anos de seca. Não durou muito tempo o discurso, já que em 1990, no Salão Para Festas Corinthianas, um grupo de trabalhadores da bola levantou o caneco do Brasileirão. Nas ruas, festa jamais vista por todo o país, e as falácias contra o Time do Povo cada vez mais ralas e sem consistência.

Quase que imediatamente, a resposta dos fígados opilados veio por meio de um torneio continental que, até então, era tratado com tanta importância que os times brasileiros mandavam seu elenco reserva para a disputa. Virou a "obsessão". Tanta obsessão que, ainda que tenhamos conquistado o mundo em 2000, diziam que esse campeonato homologado pela federação internacional de futebol não valia. Só porque eles queriam.

Eis que chega 2012, ano em que morreram todas as piadas. Qualquer tentativa de reescrever a história se vê derrotada com a glória dos títulos que o Corinthians ganhou neste ano. Não pela grife ou pelo status, mas como a prova inconteste de que o Todo-Poderoso é, tal qual seu São Jorge padroeiro, um vencedor de demandas. Como dizia mestre Lourenço Diaféria, autor da bíblia corinthianista, "o Corinthians busca os títulos para dá-los ao povo, como forma de carinho, como a imaginária corda mi do cavaquinho de Adoniran Barbosa"

Nesses mais de cem anos de história, a lição é essa: inventem um desafio que o Corinthians, empurrado pela sua torcida, vai derrubar. Somos uma congregação que luta, que enfrenta e que vence. Somos uma família espalhada pelo mundo. Somos o Corinthians. E isso nos basta. 

VIVA O CORINTHIANS! OBRIGADO, CORINTHIANS, POR ME ESCOLHER!

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