terça-feira, 19 de setembro de 2017

Jô virou o Judas do momento ( Roberto Gomes Zanin)

Jô virou o Judas do momento
Jô fez 1 a 0. Começava o auê.
Foto: Daniel Augusto Jr. / Agência Corinthians
Vivemos em um tempo doente.
Tempo em que democracia só é boa quando está a meu favor.
Tempo de redes sociais, em que qualquer valente à distância se julga no direito de julgar (e quase sempre, condenar) os atos de outrem.
O lance do gol do Jô demonstra isso.
“Mau caráter”, “fariseu”, “nunca será um Rodrigo Caio”, etc., tornaram o atacante o Judas da vez.
Jô seria o reflexo da corrupção no país, culpado pelos mensalões, petrolões, Geddéis, Joesleys, malas de dinheiro, etc.
Só falta sugerirem que ele faça um acordo de delação premiada.
O cara tomou uma rasteira do Anderson Martins e sofreu pênalti.
O zagueiro chamou o árbitro para se acusar? Não!
Quem sou eu para julgar o que se passou na cabeça dele no lance do gol?
Mas é isso. Nesses tempos difíceis, o computador, a paixão e o ódio amplificam tudo, com barulho sem precedentes.
Ainda mais quando o assunto é o Corinthians.
Se eu fosse o presidente do clube, convocaria uma coletiva propondo que se cobre o pênalti sofrido por Jô e que se anule o gol que gerou tanto mimimi.
Na pior das hipóteses, o Corinthians ficaria com oito pontos de vantagem na liderança, distância que ainda tornaria impossível ouvir o chororô de quem está lá atrás.
Não iria dar em nada. Mas seria interessante.
Gostei da atuação da equipe, principalmente no segundo tempo.
Domingo, temos que entrar com tudo (não como fizemos contra o Santos).
Derrotar o SPFC significa passo gigantesco para o título e nossa contribuição para o rebaixamento do rival, que tratará o jogo como uma guerra.

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