quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

Um sonho para o CorinthiansRAFAEL CASTILHO Rafael Castilho é sociólogo, especializado em Política e Relações Internacionais e coordenador do NECO - Núcleo de Estudos do Corinthians ver detalhes Um sonho para o Corinthians

Um sonho para o Corinthians
Sonhei que haviam crianças e jovens entrando no Parque São Jorge
Foto: Daniel Augusto Jr. / Agência Corinthians
Eu tive um sonho.
Sonhei que haviam crianças e jovens entrando no Parque São Jorge.
Usavam uniformes bonitos, bem passados, impecáveis. Bem na altura do peito, tinham bordado o distintivo do Sport Club Corinthians Paulista. Era imponente.
Seus sorrisos eram saudáveis. Seus dentes fortes, limpos e bem cuidados.
Seus sorrisos eram saudáveis. Felizes, generosos, reluzentes e esperançosos.
O sofrimento do mundo não lhes pesava tanto. Eram diferentes de tantos outros jovens do país. Não havia no fundo do olhar a melancolia, uma raiva encravada, a arrogância, o cinismo, tristeza, pavor e decepção. Eram olhares puros. Ao mesmo tempo firmes e seguros. Cheios de fé no futuro.
Os jovens desciam a Rua São Jorge vindos dos diferentes rincões da Zona Leste. De outras quebradas de São Paulo também. As crianças desembarcavam já dentro do clube em ônibus alvinegros escritos "Escolar".
Aquele clube tão grande agora convivia com uma escola gratuita de tempo integral. As crianças e jovens passavam o dia por lá. Meio período em sala de aula e outro praticando esportes, nas terras, campos, quadras e piscinas. Também aprendendo outras profissões.
Os nossos atletas em formação estudariam todos lá. Aprenderiam muito sobre cidadania.
Aqueles que se tornassem profissionais, saberiam lidar com as complexidades da modernidade. Estariam preparados para o jogo e para a vida. Teriam inteligência estratégica. Saberiam sobre direitos e deveres. Saberiam enfrentar o racismo. Saberiam administrar suas finanças.
No meu sonho, nossos jogadores eram ainda mais raçudos, mas uniam isso à inteligência, entendimento tático do jogo e valorizavam nossa camisa como a própria vida. Aquele clube seria tudo pra eles. O clube, quando quisesse, exportaria atletas muito mais valorizados.
Os estudantes que não se tornariam atletas, não seriam jogados na carência absoluta. Estavam muito mais preparados para a vida social e estariam capacitados para uma profissão.
A Fazendinha ainda existia. Mas com salas de aula modernas. Edifícios novos foram instalados naquela área tão grande.
Nas vielas internas do Parque São Jorge os jovens quando se cruzavam se cumprimentavam dizendo um ao outro "Vai Corinthians".
Nesse sonho o Corinthians Grande seria mais grande. A escola levava o nome do Corinthians e também o nome de uma grande empresa.
Para a empresa havia sido uma grande oportunidade, pois tinha grande retorno institucional com sua marca atrelada ao Corinthians e alcançando as grandes mídias, além da nossa torcida.
Nesse sonho, as empresas que participaram fizeram o que se chama de "Investimento Social Privado".
O Corinthians entrou com a área e com a marca. Fez um projeto revolucionário e não precisou colocar um centavo. Ainda aumentou o valor da marca e teve ganhos institucionais imensos com o projeto, sendo reconhecido mundo afora.
Com sua incrível importância, o Corinthians tinha estabelecido parcerias também com o setor público e recebeu incentivos fiscais, quitando sua enorme dívida.
Nossa, que sonho maluco. A gente sempre tem esses sonhos doidos.
Mas eu sei que existem certos sonhos que um dia podem se tornar realidade. Já dizia o poeta que o sonho que se sonha junto é realidade.
E sabe o mais maluco desse sonho. Todos esses instrumentos existem e são perfeitamente exequíveis. Seria um déjà vu?
O Corinthians que já recebeu tanto de seu povo podendo também dar de si para esse povo, cumprindo seu propósito de existência e recebendo do universo mil energias cósmicas de coisas boas para sempre.

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