domingo, 20 de maio de 2018

Qual é a origem da Língua Portuguesa?, por Marco Neves O Jornal de todos Brasis Qual é a origem da Língua Portuguesa?, por Marco Neves GILBERTO CRUVINEL DOM, 20/05/2018 - 08:18 Enviado por Gilberto Cruvinel Qual é a origem da Língua Portuguesa? Por Marco Neves Do blog Certas Palavras

O leitor Paulo Vieira enviou-me esta mensagem:
Ouvi-o na Prova Oral afirmar que a nossa língua vem do galego e estava agora a ler uma notícia do Público sobre os Lusíadas, a que fez referência no artigo da língua bastarda, e nessa notícia é dito que a obra tem uma forte influência do castelhano, língua que aparentemente era muito usada na corte.
Fiquei interessado e gostava de esclarecer quais as origens da nossa língua. Recomenda algum livro sobre o tema?
No final deste artigo, deixo algumas sugestões de leitura.
Mas antes, porque esta compulsão para escrever parece não ter cura, vou tentar explicar aquilo que sei (ou penso saber). Mas tenho de avisar: não sou linguista histórico. Sou um tradutor e professor que estuda linguística por motivos práticos e junta a isso uma paixão pela disciplina.
Pois bem: a verdade é que gosto muito da história da língua — e julgo ser este um tema que nos interessa a todos. Com base no que fui aprendendo ao longo dos anos, mas também com base na leitura dos livros e artigos que refiro no final, aqui fica o meu resumo (os erros, claro, serão meus e não dos livros e artigos — ressalve-se!).
O português vem do galego?
Enfim: todos nós que dizemos falar português e todos os que dizem falar galego falamos qualquer coisa que teve origem nos falares da Galécia, ali no noroeste da Península. Durante séculos, o latim trazido pelos soldados e colonos romanos e adquirido por toda a população foi sofrendo transformações — não as podemos ver em tempo real, porque ninguém as registava ou escrevia, mas, muitos séculos depois, quando finalmente a língua começou a ser escrita, havia nesse território uma língua já formada, com verbos próprios, com formas próprias, com características que a identificam e a distinguem das outras línguas em redor.
A Galécia romana. A nossa língua terá nascido no triângulo que corresponde, de forma muito pouco rigorosa, à metade noroeste do território a verde.
O que chamavam as pessoas a essa língua que já era, em muitos aspectos, a nossa? Não lhe chamavam nem galego nem português: chamavam-lhe linguagem, com toda a probabilidade. Era a língua do povo. Nós, agora, olhando para trás, podemos chamar-lhe «português», o que não deixa de ser anacrónico, ou «galego», o que não deixa de assustar algumas almas mais sensíveis, ou «galego-português», para agradar a gregos e a troianos (como se esses fossem para aqui chamados). Na escrita, durante todos esses séculos do primeiro milénio, o latim continuou rei e senhor.
Quando Portugal se tornou independente, começámos a usar a língua que existia no território, que era ainda apenas o Norte. Não a escolhemos de imediato, pois nos primeiros tempos o latim ainda foi a língua oficial. Mas, devagar, a língua que era de facto falada começou a infiltrar-se nos textos escritos, às vezes de forma imperceptível, outras vezes de forma mais clara.
O país expandiu-se para sul e, com ele, veio a língua, claro. O português nasceu nesse canto noroeste e expandiu-se até ao Algarve (e, mais tarde, até além-mar). Por alturas de D. Dinis era já a língua oficial.
Depois, no final do século XIV, temos revoluções, a batalha de Aljubarrota… — a nobreza nortenha perde influência, a burguesia lisboeta alça-se à posição de classe dominante (e tudo o mais que faz parte da História). Lisboa é agora a capital e a nação esquece-se que a língua veio do norte, não foi criada em todo o território nacional. O que se falava em Lisboa seria esse galego-português que viera para sul com a Reconquista. Houve, claro, algumas intrusões do moçárabe, a linguagem latina do sul (com muitos arabismos). Mas, nas suas estruturas e características principais, a língua que Portugal assumiu como sua é a língua criada na Galécia: não houve um ponto em que o galego e o português se tivessem separado claramente.
Influências castelhanas no português literário
Não houve um ponto em que o galego e o português se separassem claramente. Mas há, isso sim, algum afastamento da língua padrão em relação ao que se fala mais a norte. Muito desse afastamento fez-se também por causa das influências externas. Com a corte em Lisboa, e durante muitos séculos (na época de Camões, por exemplo), o castelhano teve uma influência que hoje poucos imaginam. Os escritores portugueses também escreviam, muitos deles, em castelhano. Liam em castelhano. A igreja usava muito o castelhano. A corte também usava o castelhano. Era a língua de prestígio. As misturas eram inevitáveis…
Ora, o português popular de todo o país não sofreu estas influências de forma tão marcada. Assim, arrisco-me a dizer que o português popular manteve durante mais tempo uma maior grau de semelhança com o galego do que o português-padrão — talvez por não ter tanta influência castelhana. Principalmente no Norte, o português e o galego mantiveram-se tão próximos que a fronteira era difícil de traçar. Mais a sul, na Corte, na capital, a língua “desgaleguizava-se” (ver artigos de Fernando Venâncio citados abaixo). Para as elites lisboetas, o galego e o português do Norte começaram a soar a português da província. E, no entanto, era de lá que tinha vindo a língua…
Depois, o castelhano deixou de ser uma influência forte no português (aí por volta do século XVIII); vieram então as influências francesas e, já bem entrado o século XX, começamos a olhar para o inglês.
Sim, sempre fomos uma língua que sofreu influências fortes de outras culturas. Podemos não gostar do facto, mas é isso mesmo: um facto. Não fiquem horrorizados: o castelhano também teve vagas dessas, o francês idem — então o inglês nem se fala. Não percam muitas horas de sono com isso — e, depois, a língua vai atrás da cultura, neste ponto: se quisermos uma língua pura, temos de fechar a cultura a influências exteriores. As línguas mais puras são as mais isoladas, as menos importantes.
Para terminar este resumo muito resumido, diga-se que o português-padrão se expandiu de forma fenomenal durante o século XX, com a escola, a televisão, a rádio, a imprensa. Aí, as formas do sul começaram a suplantar as outras formas, que subsistem, mas com menos força. O português começou a tornar-se mais homogéneo (e menos nortenho/galego) — mas tudo isto já é história das últimas décadas…
E o galego?
Bem, quanto ao galego, lá em cima, num país sem corte, uma sociedade rural, não sofreu tanta influência castelhana até muito tarde, embora essa aparente pureza seja apenas reflexo do isolamento da sociedade. Grande parte da população galega, aliás, só terá começado a sentir a invasão da sua língua pelo castelhano quando a escolaridade obrigatória apareceu no horizonte — e a televisão, jornais, etc. Ou seja, para muitos galegos, o castelhano tornou-se influência no século XX (nas elites terá sido antes, claro). Apesar de tardia, a influência do espanhol é avassaladora, claro está. Aliás, chamar-lhe influência será um eufemismo cruel. O espanhol não influenciou o galego: o espanhol começou a substituir o galego. Afinal, o Estado é o espanhol e a escolaridade da população foi em castelhano até muito tarde. Ou seja, nos séculos XIX e XX, o galego levou uma coça de que ainda não se levantou, apesar de, desde os anos 70, o governo autónomo ter, oficialmente, uma política de defesa da língua.
Alguns galegos tentam aproximar a sua língua do português para assim melhor se defenderem do peso do castelhano; outros apostam num galego autónomo tanto do castelhano como do português. Mas que o galego e o português ainda estão mais próximos do que imaginamos, isso é indesmentível: então quando começamos a olhar para o vocabulário popular, aquele que muitos desprezam injustamente, começamos a ver como falamos uma língua que não deixa de ser muito galega.
Em resumo…
… o português tem origem no latim popular falado no noroeste da Península, na Galécia Magna, língua essa a que podemos chamar galego por ser uma língua da zona do Reino da Galiza, uma língua já com características muito próprias séculos antes da existência de Portugal. Ao tornar-se a língua dum estado independente a sul, chamado Portugal, a língua passou a chamar-se português — e com esse nome foi transplantada para os outros países que a falam. Apesar das mudanças a sul, a língua mantém uma forte proximidade com o que se fala a norte da fronteira. Essa língua portuguesa, como é típico duma língua dum país de cultura aberta a outros povos, sofreu grandes influências exteriores: do castelhano, do francês, do inglês… Até hoje. Também nos dias de hoje as formas mais padronizadas do português começam a suplantar as formas mais populares entre a população em geral — enquanto na Galiza, o castelhano avança.
Isto é uma explicação simplificada, claro está. É ainda a minha forma de o explicar: outros dariam ênfases a outras partes ou acrescentariam pontos talvez importantes… Se alguém quiser corrigir, matizar, completar, os comentários estão abertos!
(Proponho ainda que dê uma vista de olhos pelas histórias romanceadas que escrevi e que tentam dar uma ideia do que foi o percurso do idioma nesses primeiros séculos: «História Secreta da Língua Portuguesa».)
Bem, mas a pergunta era outra: que livros de especialistas podemos ler sobre o assunto?
Proponho dois livros breves, recentes, sobre a História da língua:
  • Introdução à História do Português, de Ivo Castro (um livro académico e actualizado, com fartos exemplos concretos).
  • História do Português, de Esperança Cardeira (um livro brevíssimo, editado numa colecção da Caminho sobre temas de linguística).
Proponho também três artigos de Fernando Venâncio sobre o assunto (convém dizer que as aulas que o autor deu na FCSH, este ano, permitiram-me aprender muito sobre as origens da língua):

Se está interessado na origem da língua portuguesa, não perca A Incrível História Secreta da Língua Portuguesa, um relato surpreendente da história milenar da nossa língua, que junta os falantes comuns da língua aos nossos grandes escritores: D. Dinis, Gil Vicente, Camões, Eça, etc.

quinta-feira, 17 de maio de 2018

O Pacote do Veneno vai afetar a sua vida; saiba como No mundo inteiro ninguém mais quer os cancerígenos agrotóxicos: países desenvolvidos estão proibindo diversos produtos e dando prazo para o banimento de muitos outros. No Brasil, políticos financiados pelos fabricantes pretendem aprovar um conjunto de leis que vai afetar diretamente a sua vida

Pacote do Veneno vai afetar a sua vida governo temer alimentação saúde
Cida de Oliveira, RBA

No mundo inteiro ninguém mais quer saber de agrotóxicos. Tanto que muitos países vêm restringindo o uso, proibindo diversos produtos e dando prazo para o banimento de muitos outros. A França vai banir o glifosato, o mais vendido no planeta, porque pesquisas confiáveis mostram que a substância é causadora de vários tipos de câncer. Fora outras doenças graves. Os brasileiros também não querem mais.
A procura por alimentos orgânicos é crescente e o consumo só não é maior porque a oferta ainda é pequena. Com poucas feiras, a maioria localizada em regiões mais nobres, e o preço maior que os comuns nos supermercados, a comida saudável, livre de venenos, ainda é coisa de elite. Outra demonstração do repúdio aos agroquímicos é a coleta de 100 mil assinaturas em apenas uma semana por meio da plataforma digital #ChegaDeAgrotóxicos.
Como muitos países estão banindo esses produtos, os fabricantes querem desovar seus estoques no Brasil, que já é o maior mercado consumidor. Para isso, encomendaram aos políticos financiados por eles a revogação da legislação atual e a aprovação de uma nova, desenhada para facilitar o registro de novos produtos, inclusive perigosos e proibidos em outros países, aumentando assim as vendas.
Essa mudança será por um conjunto de 27 projetos de Lei apensados, que ganhou o apelido de “Pacote do Veneno”, e que acabou compilado em um substitutivo do deputado ruralista Luiz Nishimori (PR-PR), relator da comissão especial criada para analisar os projetos. Os PLs e o substitutivo têm sido duramente criticado pelo Ministério Público Federal, Ibama, Anvisa, Conselho Nacional de Saúde, Abrasco, Fiocruz, Conselho Nacional de Direitos Humanos, Idec, Fórum Nacional e estaduais de combate aos efeitos dos agrotóxicos e transgênicos e outras associações, fóruns, movimentos e coletivos de saúde, meio ambiente, consumidor, agricultura familiar e agroecologia.
O substitutivo deve ser votado nesta quarta-feira (16), em reunião da comissão, onde os ruralistas são maioria. Se for aprovado, segue para o plenário, com enormes chances de aprovação. A bancada ruralista, diretamente interessada, é maioria também no Congresso.

Mais venenos

O Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo. Se fosse dividir o total consumido pelo número de habitantes, daria perto de sete litros para cada um todo ano. A tendência é de aumentar muito mais esse consumo, já que todas as regras serão modificadas justamente para acelerar o registro e aumentar as vendas.
O pacote permite a aprovação de novos produtos com base em estudos realizados em outros países, apesar das diferenças entre as condições ambientais. Por outro lado, não proíbe aqui o que foi proibido em outros países. Por mais liberdade de ação, o pacote retira o Ministério do Meio Ambiente e o da Saúde, por meio do Ibama e da Anvisa, da edição ou propositura de normas, inclusive o processo de reavaliação. Tudo isso passa a ser controlado pelo Ministério da Agricultura, cujo ministro, Blairo Maggi, é autor de um dos projetos de lei que compõem o pacote.
A avaliação sobre questões toxicológicas e ecotoxicológicas e o monitoramento da quantidade de resíduos de agrotóxicos nos alimentos, também deixam de ser responsabilidade da Anvisa. Se atualmente a quantidade de resíduos encontrada já é muito maior do que a permitida por lei, imagine quando o país aumentar ainda mais o uso desses produtos.

Mais intoxicações

A ausência da Anvisa em processos de avaliação e reavaliação toxicológica, e a possibilidade de registro e comercialização de produtos ainda mais perigosos devem aumentar o risco às populações de trabalhadores da agricultura. Moradores de áreas rurais, alunos de escolas rurais pulverizadas, animais, já que todos estarão ainda mais expostos. Mesmo na cidade, serão afetados consumidores de água contaminada e de alimentos banhados com esses produtos todos.

Futuro intoxicado

saúde de futuras gerações estará seriamente comprometida. Muitas crianças serão envenenadas, inclusive aquelas que ainda nem nasceram. No útero de suas mães já estarão recebendo partículas de agrotóxicos, principalmente agricultoras, já que essas substâncias atravessam a placenta. E também porque o trabalho de gestantes em ambientes insalubres, como em meio a pulverizações, passaram a ser permitidos pela reforma trabalhista do governo de Michel Temer, que agora trabalha pela aprovação do pacote.

Perigo ocultado

O perigo dos agrotóxicos será escondido da população, conforme o pacote. Mudanças na rotulagem deverão excluir a caveira, que mesmo crianças e pessoas sem leitura conseguem associar à ideia de um produto perigoso e mortal. E o nome agrotóxico, que consta inclusive da Constituição federal, será substituído por “defensivo fitossanitário”. Um nome pomposo para tentar esconder a toxicidade, que é uma característica inerente à grande maioria dos produtos destinados ao controle de pragas. Com esses produtos altamente tóxicos passando a ser tratados como meros insumos agrícolas, a perspectiva é de, no mínimo, o aumento de ingestões acidentais de substâncias altamente perigosas e mortais.

Trabalho mortal

A mistura de diversos produtos tóxicos – a chamada calda – que é feita hoje em diversas propriedades à revelia da lei, será legalizada. O grande problema é que a mistura de determinadas composições químicas pode resultar em novas formulações que não foram testadas pelos órgãos reguladores. É possível que os trabalhadores sejam expostos a altos graus de toxidade não identificados, o que viola o princípio da precaução. E pior: a doenças graves e morte.

Nefasto

O pacote propõe a avaliação do risco pelas próprias empresas interessadas no registro de agrotóxicos que revelem características teratogênicas, carcinogênicas ou mutagênicas, que provoquem distúrbios hormonais ou danos ao aparelho reprodutor. Isso é praticamente o mesmo que dizer que será permitido o registro de agrotóxicos, seus componentes e afins mesmo que contenham substâncias que, segundo estudos, têm capacidade de causar mutações celulares que levem a malformações fetais e câncer.
Pela lei atual, a “identificação do perigo” em causar mutações e câncer é suficiente para impedir o registro. A exposição aos agrotóxicos causa ainda intoxicações agudas e crônicas, que levam à infertilidade, impotência sexual, aborto, danos ao sistema nervoso central, como distúrbios cognitivos e comportamentais, e desregulação hormonal com impacto no crescimento e desenvolvimento de crianças e adolescentes.

Vida em risco

meio ambiente também será duramente afetado. O aumento do uso de agrotóxicos tem levado, entre outros crimes ambientais, ao desaparecimento de abelhas, que participam da polinização de mais de 70% das espécies vegetais. Sem abelhas, a reprodução da flora e a produção de alimentos são duramente prejudicadas.
O pacote não define os fundamentos do gerenciamento de risco, como mitigação e controle. Essa prevalência do interesse econômico ou político em detrimento da segurança ao ser humano e ao meio ambiente contraria a Constituição, segundo a qual é do Poder Público o exercício do controle sobre a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente. Ou seja, o controle desses produtos pelo Poder Público deve ter por finalidade primordial a proteção da vida, da qualidade de vida e do meio ambiente.
Por isso o Ibama destaca em parecer: “Não pode o Estado renunciar aos seus mecanismos de avaliação e controle prévio de substâncias nocivas ao meio ambiente contentando-se apenas como o ato homologatório de uma avaliação conduzida pelo particular, distante do interesse público“.

Pragas futuras

O pacote legaliza o “receituário de gaveta”. É como se o agrônomo tivesse uma bola de cristal onde enxergar uma praga que no futuro poderia vir a afetar a lavoura e prescreve agrotóxicos “de maneira preventiva”. Ou se o médico receitasse um medicamento, sem exames, para um paciente que não conhece e que ainda nem ficou doente. Com isso o agricultor, seduzido pelo assédio da indústria disfarçado de promoção, pode comprar agrotóxicos com antecedência, de maneira preventiva, e contaminar o solo e a água por muito mais tempo. Ainda não há métodos de descontaminação da água poluída por esses produtos.

Menos saúde, menos educação

O pacote trará ainda mais prejuízos aos cofres públicos. Historicamente subfinanciado, o SUS passará a ter gastos ainda maiores só com as doenças causadas pelo uso de agrotóxicos mais perigosos. A Previdência também terá mais gastos extras com aposentadorias por invalidez e, para compensar, o governo terá de tirar recursos de outras áreas, como educação e meio ambiente, por exemplo. Outra perversidade do pacote é que, ao mesmo tempo que impõe perdas ao país, à saúde e ao meio ambiente, vai ampliar os lucros das empresas que contam ainda com os incentivos fiscais do próprio governo. Há estimativas de que o país perca todo ano, por baixo, R$ 1,3 bilhão. Só em São Paulo, em 2015, a renúncia fiscal foi de R$ 1,2 bilhão. Ou seja, o setor recebe do estado para envenenar seu povo. Uma outra distorção do pacote, inconstitucional, é alterar o Pacto Federativo. Mesmo que estados, municípios e o Distrito Federal queiram fazer legislação própria para garantir proteção à sua população, não poderão.

“Golpe de Mestre” em curso na Venezuela aparece em documento secreto dos EUA Documento secreto dos EUA revela “Golpe de Mestre” já em curso contra Venezuela. Documento assinado por atual comandante do Comando Sul norte-americano trata de intervenção militar caso Nicolás Maduro não seja derrotado nas urnas. A Venezuela é, atualmente, o país com a maior reserva de petróleo do mundo

Documento secreto dos EUA revela “Golpe de Mestre” já em curso contra Venezuela. Documento assinado por atual comandante do Comando Sul norte-americano trata de intervenção militar caso Nicolás Maduro não seja derrotado nas urnas. A Venezuela é, atualmente, o país com a maior reserva de petróleo do mundo

Golpe de Mestre curso na Venezuela aparece em documento secreto dos EUA
Stella Calloni*, Diálogos do Sul

Panamá, Colômbia, Brasil e Guiana são pontos-chaves do movimento militar, com o apoio da Argentina e outros “amigos”, sob o controle do Pentágono. Já estão preparadas as bases que serão ocupadas, os países de apoio direto (fronteiriços) até hospitais e centros de reserva de víveres para seus soldados.
O documento analisa a situação atual ratificando a Guerra Contra Insurgente que se dá contra a Venezuela, mas também o perverso esquema da guerra psicológica que permite estender a perseguição, o assédio, o desprestígio, a mentira criminosa e que é utilizado para liquidar, não apenas com os movimentos populares, mas contra os povos da região.
Isto faz parte de um documento real, que tem a assinatura do almirante USN K W TIDD, ou seja, Kurt Walter Tidd, almirante da Armada dos Estados Unidos, atual comandante do Comando Sul, e que ainda não foi divulgado.
Ao se referir à situação atual da Venezuela, o informe menciona que cambaleia a “ditadura venezuelana chavista como resultado de seus problemas internos, da grande escassez de alimentos, do esgotamento da entrada de fontes de dinheiro externo e de uma corrupção desenfreada, que diminuiu o apoio internacional, ganho com petrodólares e que o poder aquisitivo da moeda nacional está em constante picada”.
Supõem que este cenário, que admitem que eles mesmos criaram com uma impunidade que espanta, não mudará. Nesse caso, justificam suas ações advertindo que o governo venezuelano acudirá a novas medidas “populistas” para preservar o governo.
Assombra o lugar em que colocam a oposição que eles manipulam, assessoram e pagam ao entender que “o corrupto regime de Maduro colapsará, mas lamentavelmente as forças opositoras defensoras da democracia e do bem-estar de seu povo, não têm poder suficiente para pôr fim ao pesadelo da Venezuela” por causa das disputas internas e inclusive “pela corrupção similar à de seus rivais, assim como à escassez de raízes” (ou seja de patriotismo) que não lhes permite tirar “o máximo proveito desta situação e dar o passo necessário para sobrevoar o estado de penúria e a precaridade na qual o grupo de pressão que exerce a ditadura de esquerda submergiu o país”.
O que resulta aterrador é que, enquanto consideram que se está diante de “uma ação criminosa sem precedente na América Latina”, referindo-se ao governo da Venezuela, que nunca agiu contra nenhum de seus vizinhos e que tem sido de uma intensa solidariedade regional e mundial, o Plano sustenta que a “democracia se estende na América, continente em que o populismo radical estava destinado a tomar o controle. Argentina, Equador e Brasil são exemplos disso. Este renascimento da democracia (chamam assim) está amparado nas determinações mais valiosas e as condições da região correm ao seu favor. Este é o momento dos EUA provarem com ações concretas que estão implicados nesse processo no qual derrotar a ditadura venezuelana seguramente representará um ponto de inflexão continental”.
Por outro lado, estimulam o presidente estadunidense Donald Trump a agir considerando que “esta é a primeira oportunidade da administração Trump para demonstrar e levar adiante sua visão sobre democracia e segurança”, e querem convencê-lo de que “sua participação ativa é crucial, não só para a administração, mas para o continente e o mundo. O momento chegou”.
Isto significa “intensificar a derrocada definitiva do chavismo e a expulsão de seu representante, socavar o apoio popular” ao governo e “estimular a insatisfação popular”, aumentando o processo de desestabilização e o desabastecimento para “assegurar o deterioro irreversível de seu atual ditador”.
Se alguém quiser avançar na arte da perversão contra insurgente basta ler este parágrafo: “sitiá-lo, (a Maduro) ridicularizá-lo e mostrá-lo como um símbolo de torpeza e incompetência, expô-lo como uma marionete de Cuba”, mas, ao mesmo tempo, sugerem “exacerbar a divisão entre os membros do grupo de governo, revelando as diferenças de suas condições de vida e a de seus seguidores e, ao mesmo tempo, incitando-os a manter em aumento essas divergências”.
O plano está destinado a ser executado de forma rápida e furiosa, como as medidas tomadas pelos mordomos de Washington, Mauricio Macri e Michel Temer que, com uma escandalosa história de corrupção, foram transformados pelo império em “líderes da transparência” e que tomaram em poucas horas medidas para a destruição dos Estados Nacionais com a certeza do disparo de um míssil.
Demanda o plano dos EUA tornar insustentável o governo de Maduro, forçando-o a claudicar, negociar ou escapar. O Plano para acabar em prazos muito curtos com a chamada “ditadura” da Venezuela apela a “incrementar a instabilidade interna a níveis críticos, intensificando a descapitalização do país, a fuga de capital estrangeiro e o deterioro da moeda nacional, mediante a aplicação de novas medidas inflacionárias que incrementem esse deterioro”.
Outro objetivo é “obstruir todas as importações e ao mesmo tempo desmotivar os possíveis investidores de fora” para — e vejam só a bondade capitalista — “contribuir para fazer mais crítica a situação da população”.
O Plano também abarca em suas onze páginas “apelar a aliados domésticos como também a outras pessoas inseridas no cenário nacional com o objetivo de gerar protestos, distúrbios e insegurança, pilhagem, saques, roubos, assaltos e sequestros de barcos e outros meios de transporte, com a intenção de desabastecer o país, através de todas as fronteiras e outras possíveis maneiras, pondo em perigo a segurança nacional de seus vizinhos”.
Consideram importante “causar vítimas” assinalando como responsáveis desses fatos os governantes “aumentando diante do mundo a crise humanitária a que está submetida o país”, usando a mentira de uma “corrupção generalizada dos governantes, e ligar o governo ao narcotráfico para desacreditar sua imagem diante do mundo e de seus seguidores domésticos”, além de promover “a fadiga entre os membros do Partido Socialista Unificado da Venezuela (PSUV) incitando o inconformismo entre eles mesmos, para que rompam ruidosamente as relações com o governo e para que rechacem as medidas e restrições que também os afetam” e “torná-los tão fracos como é a oposição, criando fricções entre o PSUV e o Somos Venezuela”.
A proposta vai subindo de tom quando chama a “estruturar um plano para conseguir a deserção dos profissionais mais qualificados do país, para deixá-lo absolutamente sem profissionais, o que agravará mais a situação interna e nesse sentido culpar o governo”.

A mão militar

Como em um romance de suspense, o documento propõe “utilizar os oficiais do Exército como uma alternativa de solução definitiva” e “continuar endurecendo a condição dentro das Forças Armadas para levar a cabo um golpe de estado, antes que termine 2018, se essa crise não fizer com que a ditadura colapse ou o ditador não decida afastar-se”.
Entendendo que tudo o anterior pode falhar e com evidente desprezo pela oposição apela para “continuar o fogo contínuo na fronteira com a Colômbia, multiplicar o tráfico de combustível e de outros bens, o movimento dos paramilitares, incursões armadas e tráfico de drogas, provocando incidentes armados com as forças de Segurança da Fronteira venezuelana” e, além disso “recrutar paramilitares maiormente dos campos de refugiados em Cúcuta, Guajira e do Norte de Santander, áreas extensamente povoadas por cidadãos colombianos que emigraram para a Venezuela e agora retornaram, fugindo do regime que intensificou a desestabilização das fronteiras entre os dois países, usando o espaço vazio que deixou as FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), a beligerância do ELN (Exército de Libertação Nacional) e as atividades na área do cartel do Golfo (paramilitares)”.
Aqui vem a armação do golpe final, quando se planeja “preparar o envolvimento de forças aliadas em apoio aos oficiais da armada venezuelana ou para controlar a crise interna caso demore muito a iniciativa (…) estabelecer em uma linha de tempo rápida que preveja que o ditador continue ganhando o controle do cenário interno. Se for necessário, atuar antes das eleições estipuladas para o próximo mês de abril”. Na realidade serão no dia 20 de maio e desde já não as reconhecem.
O nó da questão é “obter o apoio de cooperação das autoridades aliadas de países amigos (Brasil, Argentina, Colômbia, Panamá e Guiana). Organizar as provisões das tropas, apoio logístico e médico a partir do Panamá. Fazer bom uso das facilidades da vigilância eletrônica e dos sinais inteligentes; de hospitais e dotações conseguidas no Darién (selva panamenha), o equipamento de drones do Plano Colômbia, como também as terras das antigas bases militares de Howard e Albrook (Panamá) assim como as pertencentes a Rio Hato. Além disso, no Centro Regional Humanitário das Nações Unidas, desenhado para situações de catástrofe e emergência humanitárias, que conta com um campo de aterrissagem aéreo e seus próprios armazéns”.
Já estamos falando de um cenário de intervenção no qual se propõe “avançar no estacionamento de aviões de combate e helicópteros, veículos blindados, posições de inteligência e unidades militares de logística especiais (polícias, oficiais militares e prisões (…). Desenvolver a operação militar sob bandeira internacional, patrocinada pela Conferência dos Exércitos Latino-americanos, sob a proteção da OEA e a supervisão, no contexto legal e midiático, do secretário-geral, Luís Almagro”.
Declarando a necessidade de que o Comando Continental fortaleça a ação, usando do instrumento do capítulo democrático Interamericano, com o objetivo de evitar a ruptura democrática”.
E além disso, “Unindo Brasil, Argentina, Colômbia, e Panamá para contribuir ao melhor número de tropas, utilizar sua proximidade geográfica e experiência em operação em regiões de bosques ou de selva. Fortalecendo sua condição internacional com a presença de unidades de combate dos Estados Unidos e das nações mencionadas; sob o comando Geral do Estado Maior Conjunto liderado pelos EUA”.
Assombra a impunidade com que tudo está sendo preparado pelas costas dos povos, na ilegalidade absoluta; e isso faz compreender as últimas manobras militares dos Estados Unidos: na região da fronteira do Brasil com a Venezuela (Brasil, Peru, Colômbia), no Atlântico Sul (Estados Unidos, Chile, Grã Bretanha, Argentina) sendo que no caso argentino foi sem autorização do Congresso em outubro-novembro passado.
Usando as facilidades do território panamenho para a retaguarda e as capacidades da Argentina para a segurança de seus portos e das posições marítimas (…) Propor ao Brasil e à Guiana fazer uso de sua situação migratória à qual temos a intenção de estimular na fronteira com a Guiana. Coordenar o apoio a Colômbia, Brasil, Guiana, Aruba, Curaçao, Trinidad e Tobago e outros Estados diante do fluxo de migrantes venezuelanos devido aos eventos da crise”.
Mas, além disso, “promover a participação internacional neste esforço como parte da Operação multilateral com contribuição de estados, organismos não estatais e corpos internacionais e abastecer de adequada logística, inteligência, apoios, antecipando especialmente os pontos mais valiosos em Aruba, Puerto Carreño, Inirida, Maicão, Barranquilla, e Sincelejo, na Colômbia e Roraima, Manaus e Boa Vista no Brasil”. Incrível mapa de uma guerra de intervenção anunciada.

Informação estratégica

É assombroso o plano de silenciar “o simbolismo da presença da representatividade de Chávez e do apoio popular” e manter o assédio “ao ditador como único responsável pela crise na qual ele submergiu a nação” e seus mais próximos, os quais serão acusados da crise e da impossibilidade de sair dela.
Em outro parágrafo se chama a “intensificar o descontentamento contra o regime de Maduro, considerando assinalar a incompetência dos mecanismos de integração criados pelos regimes de Cuba e da Venezuela, especialmente a Alba (Aliança Bolivariana dos Povos de Nossa América) e a Petrocaribe”. .
Quanto ao tema midiático, o plano elaborado pelos EUA insiste em aumentar dentro do país, através dos meios de comunicação locais e estrangeiros, a disseminação de mensagens elaboradas e baseadas em depoimentos e publicações originadas no país, fazendo uso de todas as capacidades possíveis incluídas as redes sociais e, por outro lado, “insistir através dos meios de comunicação na necessidade de pôr fim a essa situação porque ela é, em essência, insustentável”.
Em um de seus últimos parágrafos se trata de “assegurar” ou mostrar o uso de meios violentos por parte da ditadura para obter o apoio internacional, utilizando “todas as capacidades da Guerra Psicológica da armada dos Estados Unidos”. Ou seja, repetindo os mesmos cenários de mentiras, notícias elaboradas, fotografia e vídeos falsos, e tudo quanto foi usado nas guerras coloniais do século 21.
Os EUA deverão apoiar internamente os estados americanos que o apoiam”, levantar a imagem deles e da “ordem multilateral de instituição do sistema interamericano, como instrumentos para a solução dos problemas regionais”. “Promover a necessidade de envio da Força Militar da ONU para a imposição da paz, uma vez que a ditadura corrupta de Nicolás Maduro seja derrocada”. Assinado por K W TIDD. (Almirante USN commander Kurt Walker Tidd).
*Stella Calloni é jornalista argentina e colaboradora de Diálogos do Sul. Escreve sobre temas políticos da América Latina. Ajudou a desvendar as entranhas da Operação Condor no continente.

terça-feira, 15 de maio de 2018

VOCÊ ESTÁ AQUI: MEU TIMÃOFÓRUM DO CORINTHIANS FREGUESIA CENTENÁRIA DA PORCADA - A HISTÓRIA É IMPLACÁVEL / Meu Timão 15/05/18

Fielipe #3.414@fielipe em 15/05/2018 às 10:46
Saudações Corinthianas!
Lendo a matéria publicada ontem pelo Lucas Faraldo sobre o número de vitórias e as divergências nas estatísticas do Derby Paulista, além das leituras dos colunistas como o O Walter falceta, além de outros tópicos criados no Fórum onde emiti minha opinião, resolvi criar este tópico para esclarecer que se os historiadores do Palmeiras com todo seu espírito de porco gostam de brincar com os números nós corinthianos também podemos e desta forma o retrospecto fica totalmente favorável ao clube do Parque São Jorge.
Bem...
Já disse anteriormente que esse pessoal do Palmeiras estão cada vez mais loucos... Copa Rio como Mundial, Taça Brasil e Robertão como Brasileiro, Torneio Início nas estatísticas e recentemente até o Torneio Extra de 1938 como título paulista. Não dá, né?
Vale ressaltar que até 2013 o rival publicava os mesmos números que o Timão, porém quando viram que o Corinthians podia empatar e assumir a liderança novamente na história começaram a 'inventar'.
Os links não estão mais disponíveis, mas eram estes aqui:
http://www.palmeiras.com.br/noticias/2013/02/16/14h10-id8834-confira+o+historico+de+palmeiras+x+corinthians.shtml#.USvLwh2zfg4http://www.palmeiras.com.br/noticias/2013/02/16/14h10-id8834-confira+o+historico+de+palmeiras+x+corinthians.shtml#.USvLwh2zfg4PALMEIRAS.COM.BR
http://www.corinthians.com.br/site/noticias/ver/?c=Futebol&id=18048http://www.corinthians.com.br/site/noticias/ver/?c=Futebol&id=18048corinthians.com.brCORINTHIANS.COM.BR
Analisando o retrospecto geral do Derby Paulista no Almanaque do Timão é possível constatar a superioridade corinthiana.
No ano do centenário do Derby Paulista o Corinthians provou que a Freguesia do Palmeiras realmente é Centenária!
Desde o primeiro Corinthians x Palmeiras em 4 de outubro de 1942 foram disputados 288 dérbis paulistas.
São 104 vitórias do Corinthians, 94 vitórias do Palmeiras e 90 empates.
A centésima vitória corintiana contra o Palmeiras (Ex-Palestra Itália), ocorreu no primeiro turno do Campeonato Brasileiro no dia 12/07/2017 dentro da arena do arquirrival.
http://historiaempretoebranco.com.br/1942-o-ano-massacre-corintiano-contra-o-palmeiras/1942 ? O Ano do Massacre Corintiano contra o Palmeiras - História em Preto e Branco1942 ? O Ano do Massacre Corintiano contra o Palmeiras - História em Preto e BrancoNo Derby Paulista, na temporada de 1942, o Corinthians foi implacável contra seu arquirrival. Foram 16 gols em 5 jogos, com média de 3,2 gols por partida.HISTORIAEMPRETOEBRANCO.COM.BR
Os números também mostram o seguinte:
Desde 1942 considerando os principais e mais tradicionais torneios o Corinthians SEMPRE se manteve na frente do Palmeiras no retrospecto geral.
Desde o primeiro Corinthians x Palmeiras em 4 de outubro de 1942 foram disputados 288 dérbis paulistas. São 104 vitórias do Corinthians, 94 vitórias do Palmeiras e 90 empates.
A herança de vantagem que o Palmeiras tinha até o dia 13 de maio de 2018 nos confrontos deveu-se ao Palestra Itália e à soma dos jogos amistosos e os números validam isso.
Corinthians x Palmeiras - CONSIDERANDO OS Principais Torneios - (Paulistão, Copa do Brasil “que não teve dérbi até hoje”, Libertadores, Brasileirão): Corinthians 85 vitórias contra 66 derrotas, houveram 67 empates.
Corinthians x Palmeiras - CONSIDERANDO OS Principais Torneios - (Paulistão, Copa do Brasil “que não teve dérbi até hoje”, Libertadores, Brasileirão) + TORNEIO RIO-SP: Corinthians 91 vitórias contra 80 derrotas, houveram 73 empates.
Corinthians x Palmeiras (de 1942 à 2018) - CONSIDERANDO TODOS OS TORNEIOS (Paulistão, BRASILEIRÃO, Copa do Brasil “que não teve dérbi até hoje”, Libertadores, RIO-SP E TAÇA DE PRATA (TORNEIO ROBERTO GOMES PEDROSA): Corinthians 91 vitórias contra 84 derrotas, houveram 76 empates.
Porém os alviverdes poderão contestar a forma restritiva que estou pontuando, pois o Palmeiras era o Palestra Itália e isso deve ser considerado.
Considerando resultados anteriores à 42 - Principais e Mais Tradicionais Torneios - (Paulistão, Copa do Brasil “que não teve dérbi até hoje”, Libertadores, Brasileirão) o retrospecto fica da seguinte forma: 85+12= 97 Corinthians, 66+23=89 Palestra/Palmeiras, 67+11=78 empates.
Na história do Derby Paulista (de 1917 à 2018) desconsiderando-se disputas amistosas o retrospecto é favorável ao Corinthians são 119 vitórias alvinegras, 115 vitórias alviverdes e 100 empates.
Analisando as informações sobre o Derby pode-se comprovar que o Corinthians detém vantagem no retrospecto a partir do momento que o rival alviverde trocou de nome em 1942.
Corinthians x Palmeiras - DESCONSIDERANDO Jogos amistosos e ao período de Palestra Itália: Corinthians 103 vitórias contra 90 derrotas, houveram 88 empates
Considerando o retrospecto geral do dérbi de 1917 à 2018 nos principais e mais tradicionais torneios (Paulistão, Copa do Brasil “que não teve dérbi até hoje”, Libertadores, Brasileirão) sem os amistosos estaduais o retrospecto apresenta o seguinte resultado: Corinthians 97,89 Palmeiras e 78 empates.
Considerando o absurdo praticado pela CBF em equiparar Torneio Roberto Gomes Pedrosa como sendo Campeonato Brasileiro o retrospecto do dérbi fica da seguinte forma:
Corinthians 97,93 Palmeiras e 81 empates.
Visto que o Palmeiras contabilizou como sendo Campeonato Brasileiro as conquistas da Taça Brasil de 1960 e 1967 e também as conquistas do Torneio Roberto Gomes Pedrosa de 1967 e 1969 chegando ao ridículo de denominar-se como Bi-Campeão Brasileiro no mesmo ano em 1967. De toda forma, se incluídos os dérbis considerando estes torneios (Taça Brasil não teve Dérbi, pois previa em principio reunir as equipes campeãs estaduais do Brasil para indicar os representantes brasileiros na Taça Libertadores da América, porém as equipes mais fortes disputavam apenas as fases finais. As edições de 1961,1964,1965 e 1966 contaram com dois representantes do futebol paulista, enquanto que em 1967 houve a participação de duas equipes mineiras. Em 1968, último ano da competição, nenhuma equipe paulista disputou a competição).
E a centenária freguesia do Palmeiras manteve-se também no novo século.
Desde 2000 a vantagem é toda do Corinthians, assim como, no novo século a
partir de 2001.
56 dérbis, com 25 vitórias do Alvinegro do Parque São Jorge, 16 empates e 15 derrotas para os alviverdes.
Desde 2001 foram realizados 49 dérbis, com 21 vitórias do Alvinegro do Parque São Jorge, 15 empates e 13 derrotas para o Palmeiras que ficou sem vencer desde agosto de 2011 quando mandou jogo no interior incluindo que também ficou sem vencer o dérbi desde 2008 pelo campeonato paulista, assim como, na capital e há 20 anos no Pacaembu, quebrando o tabu na 'Saudosa Maloca' em 2016 com gol roubado em impedimento.
A freguesia da porcada para o Timão também se estende há outros aspectos como por exemplo no estádio do Pacaembu que foi o palco que mais recebeu o clássico entre Corinthians e Palmeiras. Nos estádio Municipal o Corinthians tem 60 vitórias, e o Palmeiras possui o mesmo número de vitórias e empates 46 em 152 partidas disputadas.
Vale ressaltar que na 'Casa' arrendada em que eles vivem sendo desalojados pela construtora é o Corinthians quem manda, afinal de contas, no Allianz Parque São Jorge são 3 vitórias do Corinthias, 1 empate e a porcada conseguiu sua única vitória no Chiqueirão de forma roubada com gol mal anulado do Timão aos 49 do segundo tempo.
Além disso o Corinthians bateu o rival no dia 08/02/2015, pelo primeiro Derby Paulista da história do novo e remodelado estádio alviverde.
Outro detalhe interessante sobre a freguesia do Palmeiras também em seus domínios, o Palestra Itália/Palmeiras tornou-se legítimo proprietário do Parque Antártica no dia 27 de abril de 1920. O primeiro Derby na 'casa' oficial do Palestra foi disputado em 05/09/1920 e foi vencido pelo Corinthians pelo placar de 2x1. O Palestra Itália venceu o primeiro clássico em 1917 no Parque Antártica quando ainda não era o legítimo proprietário do estádio e somente venceu novamente no Parque Antártica depois de 4 anos já como proprietário em 4 de setembro de 1921 pelo placar de 3x1, ou seja, o Corinthians manteve um tabu de 4 anos sem perder para o Palestra Itália dentro da casa do rival.
Em 08 de abril deste ano comemoramos o 29º título paulista dentro da casa deles, assim como fizemos em 1929 quando o Palestra já era dono do Parque Antártica. Também comemoramos os títulos paulistas de 1914 e 1916 dentro do Parque Antártica porém nesta época o campo pertencia à Companhia Antarctica Paulista de cerveja.
Na Arena Corinthians todos sabemos do retrospecto, são 5 vitórias do Timão, 1 empate e 3 derrotas.
No Campeonato Brasileiro:
Corinthians 17,16 Palmeiras e 17 empates.
No Campeonato Paulista:
Corinthians 77,70 Palmeiras e 61 empates.
Realmente a história é implacável e os números mostram a centenária freguesia do Palmeiras para o Poderoso Timão.
VAI CORINTHIANS!
http://historiaempretoebranco.com.br/História em Preto e Branco -HISTORIAEMPRETOEBRANCO.COM.BR

“Agora esses moleques vêm me chamar de ladrão”: a visita de Marcelo Barros, monge beneditino, a Lula Por Diario do Centro do Mundo - 15 de maio de 2018

Desde que a justiça liberou visitas religiosas, fui o segundo a ter graça de visitar o presidente Lula em sua prisão. (Quem abriu a fila foi Leonardo Boff na segunda-feira passada).
Eram exatamente 16 horas quando cheguei na dependência da Polícia Federal onde o presidente está aprisionado. Encontrei-o sentado na mesa devorando alguns livros, entre os quais vários de espiritualidade, levados por Leonardo.
Cumprimentou-me. Entreguei as muitas cartas e mensagens que levei, algumas com fotografias. (Mensagem do Seminário Fé e Política, de um núcleo do Congresso do Povo na periferia do Recife, da ASA (Articulação do Semi-árido de Pernambuco) e de muitos amigos e amigas que mandaram mensagens.
Ele olhou uma a uma com atenção e curiosidade. E depois concluiu:
– De saúde, estou bem, sereno e firme no que é meu projeto de vida que é servir ao povo brasileiro como atualmente tenho consciência de que eu posso e devo. Você veio me trazer um apoio espiritual. E o que eu preciso é como lidar cada dia com uma  indignação imensa contra os bandidos responsáveis por essa armação política da qual sou vítima e ao mesmo tempo sem dar lugar ao ódio.
Respondi que, nos tempos do Nazismo, Etty Hillesum, jovem judia, condenada à morte, esperava a hora da execução em um campo de concentração. E, naquela situação, ela escreveu em seu diário:
“Eles podem roubar tudo de nós, menos nossa humanidade. Nunca poderemos permitir que eles façam de nós cópias de si mesmos, prisioneiros do ódio e da intolerância”.
Vi que ele me escutava com atenção e acolhida. E ele começou a me contar a história de sua infância. Contou como, depois de se separar do marido, dona Lindu saiu do sertão de Pernambuco em um pau de arara com todos os filhos, dos quais ele (Lula) com cinco anos e uma menina com dois.
Lembrou que quando era menino, por um tempo, ajudava o tio em uma venda. E queria provar um chiclete americano que tinha aparecido naqueles anos. Assim como na feira, queria experimentar uma maçã argentina que nunca havia provado. No entanto, nunca provou nem uma coisa nem outra para não envergonhar a mãe.
E aí ele prosseguia com lágrimas nos olhos: “Agora esses moleques vêm me chamar de ladrão. Eu passei oito anos na presidência. Nunca me permiti ir com Marisa a um restaurante de luxo, nunca fiz visitas de diplomacia na casa de ninguém… Fiquei ali trabalhando sem parar quase noite e dia… E agora, os caras me tratam dessa maneira…”
Eu também estava emocionado. O que pude responder foi:
– O senhor sabe que as pessoas conscientes, o povo organizado em movimentos sociais no Brasil inteiro acreditam na sua inocência e sofrem com a injustiça que lhe fizeram. Na Bíblia, há uma figura que se chama o Servo Sofredor de Deus que se torna instrumento de libertação de todos a partir do seu sofrimento pessoal. Penso que o senhor encarna hoje, no Brasil essa missão.
Comecei a falar da situação da região onde ele nasceu e lhe dei a notícia de que a ASA (Articulação do Semi-árido) e outros organismos sociais estão planejando um grande evento para o dia 13 de junho em Caetés, a cidadezinha natal dele. Chamar-se-á “Caravana do Semi-árido pela Vida e pela Democracia” (contra a Fome – atualmente de novo presente na região – e por Lula livre).
A partir daquela manifestação, três ônibus sairão em uma caravana de Caetés a Curitiba para ir conversando com a população por cada dia por onde passará até chegar em Curitiba e fazer uma festa de São João Nordestino em frente à Polícia Federal.
Ele riu, se interessou e me pediu que gravasse um pen-drive com músicas de cantores de Pernambuco, dos quais ele gosta. Música de qualidade e que não estão no circuito comercial.
Vergonha. Nunca tinha ouvido falar de nenhum e nem onde encontrar. Ele me disse que me mandaria os nomes pelo advogado e eu prometi que gravaria.
Distenção feita, ele quis me mostrar uma fotografia na parede na qual ele juntou os netos. Explicou quem é cada um/uma e a sua bisneta de dois anos (como parece com dona Marisa, meu Deus!).
Começou a falar mais da família e especialmente lembrou um irmão que está com câncer. Isso o fez lembrar que quando Dona Lindu faleceu, ele estava na prisão e o Coronel Tuma permitiu que ele saísse da prisão e com dois guardas fosse ao sepultamento da mãe. No cemitério, havia uma pequena multidão de companheiros que não queriam deixar que ele voltasse preso. Ele teve de sair do carro da polícia e falar com eles pedindo para que deixassem que ele cumprisse o que tinha sido acertado. E assim voltou à prisão.
A hora da visita se passou rápido. Perguntei que recado ele queria mandar para a Vigília do Acampamento e para as pessoas às quais estou ligado.
Ele respondeu:
– Diga que estou sereno, embora indignado com a injustiça sofrida. Mas, se eu desistir da campanha, de certa forma estou reconhecendo que tenho culpa. Nunca farei isso. Vou até o fim. Creio que na realidade atual brasileira, tenho condições de ajudar o Brasil a voltar a ser um país mais justo e a lutar para que, juntos, construamos um mundo no qual todos tenham direitos iguais.
Para concluir a visita, propus ler um texto do evangelho e ele aceitou.
Li o evangelho do próximo domingo – festa de Pentecostes e apliquei a ele – os discípulos que estão em uma sala fechada, Jesus que se deixa ver, mesmo para além das paredes que fechavam a sala. E deu aos seus a paz, a alegria e a capacidade de perdoar no sentido de discernir o julgamento de Deus sobre o mundo. E soprando sobre eles lhes deu a vida nova do Espírito.
Segurei em suas mãos e disse: Creio profundamente que isso se renova hoje com você.
Vi que ele estava emocionado. Eu também fiquei. Abri o pequeno estojo e lhe mostrei a hóstia consagrada que lhe tinha trazido da eucaristia celebrada na véspera. Oramos juntos e de mãos dadas o Pai Nosso.
Eu tinha trazido duas hóstias. Eu lhe dei a comunhão e ele me deu também para ser verdadeiramente comunhão.
Em um instante, eram vocês todos/as que estavam ali naquele momento celebrativo  e eu disse a ele: “Como uma alma só, uma espécie de espírito coletivo, muita gente – muitos companheiros e companheiras estão aqui conosco e estão em comunhão e essa comunhão eucarística representa isso.
Eu lhe dei a bênção e pedi a bênção dele para todos vocês.
Foi isso.
Quando o policial que me foi buscar me levou para fora e a porta se fechou atrás de mim, me deu a sensação profunda de algo diferente.
Senti como se eu tivesse saído de um espaço de liberdade espiritual e tivesse entrando na cela engradeada do mundo que queremos transformar.
Que o Espírito de Deus que a celebração desses dias invoca sobre nós e sobre o mundo nos mergulhe no amor e nos dê a liberdade interior para irmos além de todas essas grades que aprisionam o mundo.